terça-feira, 11 de novembro de 2008

Recordar.

Sou do tempo em que valia a pena acordar cedo para ver desenhos animados. Sou do tempo em que todas sabíamos de cor a música de pelo menos quatro canções da Disney. Sou do tempo em que se fazia aquelas coisinhas de papel para ver com quem é que me ia casar. Sou do tempo em que cantava as musicas das Spice Girls mas não sabia bem o que é que estava a dizer. Sou do tempo em que já sabia que a Power Ranger cor-de-rosa e o verde iam acabar juntos. Sou do tempo do Dragon Ball. Sou do tempo dos Tamagochis. Sou do tempo em que a Anabela cantava "Quando cai a noite na cidadeee...". Sou do tempo em que se brincava às Polly Poquet. Sou do tempo da Macarena. Sou do tempo em que se gritava "Olhós namorados, primos e casados!". Sou do tempo do "Tururururu, Inspector Gadget, Tururururuuu!". Sou do tempo em que 500 escudos dava para muita coisa. Sou do tempo do "Bem-vindos ao Mundo encantado dos brinquedos, onde há reis, princesas, dragões!" Sou do tempo das decisões importantes baseadas num sério "Pim-pu-ne-ta". Sou do tempo da franja e cabelinho à tigela. Sou do tempo dos Push-Pop. Sou do tempo do quarto escuro sem segundas intenções. Sou do tempo dos "quantos queres?". Sou do tempo em que se respondia aos insultos com um "Quem diz é quem é!".

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá... sim é verdade eu também sou desse tempo!
Podia recordar esse tempo com tristeza e pensar "realmente estou mesmo a ficar velha"... mas não, aliás muito pelo contrário... recordo-o com muita saudade!
Saudade de quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes; de quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags, viajar á frente era um bónus; de quando bebíamos água da mangueira do jardim e não da garrafa e sabia bem; quando comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora; quando partilhávamos garrafas e copos com os amigos e nunca morremos disso; de quando saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer; de quando estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso; de quando não tínhamos Play Station, X Box, nem nada de 40 canais de televisão, filmes de vídeo, home cinema, telemóveis, computadores, DVD, Chat na Internet; tínhamos amigos e quando os quiséssemos encontrar íamos á rua, jogávamos ao elástico e à barra e à bola até doía!; chegavamos a cair de árvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal, até havia lutas com punhos mas sem sermos processados; de quando batíamos ás portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados; de quando íamos a pé para casa dos amigos e acreditem ou não íamos a pé para a escola, não era preciso esperar que a mamã ou o papá nos levassem; de quando tudo servia para brincar, criávamos jogos com paus e bolas; saudades dos tempos em que se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem, eles estavam sempre do lado da lei; e o mais importante tenho saudades de quando tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.

Tenho saudades desse tempo ;)!!

Beijinhos... fica bem!

Anónimo disse...

Então mas esse tempo já acabou e eu não dei por isso?

Está explicado porque é que as pessoas me olham de lado quando lhes digo "Quem diz é quem é!"...

Tiago M.

Anónimo disse...

Pois é, somos do tempo...
Temos porém a alegria de o poder dizer, somos do tempo em que tudo isso era motivo de sorriso no rosto, em que não existiam preocupações e as tristezas eram não mais que momentâneas.
"Hoje" há que recordar esses momentos como algo esquecediço, lá para trás no tempo, mas tão presente em nós.